quinta-feira, 2 de abril de 2009

Pesquisa MEC/UNESCO

(Trecho do livro de pesquisas da UNESCO, com levantamento de várias escolas públicas do Brasil que "deram certo". Obtido com a componente do blog, Laine, que trabalha na secretaria de uma escola pública em BH.)


Capítulo 2.2: A violência no ambiente escolar

Verificou-se que o impacto mais significativo da violência é tornar o ambiente da escola pouco apropriado às aulas, acentuando as faltas dos alunos e a piora da qualidade do ensino.
Tais acontecimentos trazem consequências drásticas para os alunos que sofrem com a repetência ou até mesmo com a exclusão da escola. Além disso, a repetência e a evasão escolar comprometem a eficiência do sistema escolar.
O "clima de violência", além de influir na qualidade de ensimo, no desempenho escolar dos alunos e no desempenho profissional do corpo técnico-pedagógico, também incide sobre a percepção dos alunos a respeito do espaço físico da escola, da gestão e dos próprios colegas. Constata-se que um ambiente escolar desfavorável contribui para o esgarçamento das relações entre os atores da escola (professores e alunos; professores e direção; alunos e alunos; alunos e direção).

2.3.2: Superando violências

O fato da escola procurar mecanismos de diminuição e superação dos atos de violência possibilitou uma visão mais crítica e menos tolerante em relação aos atos violentos, permitindo o estabelecimento de um antes e um depois.
Se o medo gera uma certa instabilidade no ambiente escolar, não se pode deixar de constatar também que este diminui, quando há a preocupação da direção escolar com os aspectos relacionados à integração dos diferentes atores das escolas.


Leiam na íntegra os resultados desta pesquisa da UNESCO !
É muito interessante:
Escolas inovadoras: experiências bem-sucedidas em escolas públicas / Mirian Abromovay et allii. - Brasília: UNESCO, Ministério da educação 2004. 124 p.

www.unesco.org.br

quarta-feira, 25 de março de 2009

Fatos recentes

Professora sofre traumatismo craniano ao ser agredida por aluna em Porto Alegre (RS)

(Colaboração para a Folha Online)
Uma professora de 25 anos sofreu traumatismo craniano ao ser agredida por uma aluna de 15 anos, na manhã de segunda-feira (23), na Escola Estadual Bahia, em Porto Alegre (RS). Nesta terça, ela permanece internada e não corre risco de morrer, segundo o hospital.
De acordo com o delegado Christian Nedel, titular da 1º Delegacia da Criança e do Adolescente de Porto Alegre, a professora da quarta série do ensino fundamental Gláucia Souza da Silva recebeu chutes e socos de uma adolescente --aluna da 8º série-- após uma repreensão dada à garota.
O delegado ainda afirmou que a professora foi jogada no chão e ficou inconsciente por alguns minutos. Ela foi socorrida no Hospital de Pronto-Socorro de Porto Alegre, onde foi detectado que ela sofreu traumatismo craniano devido à queda.
Por volta das 18h de ontem, ela foi transferida ao Hospital Beneficência Portuguesa, onde permanece internada, sem previsão de alta. De acordo com o hospital, ela passa bem.
Nedel afirmou que a polícia foi chamada pela escola e a adolescente foi apreendida e encaminhada à 1º Delegacia da Criança e do Adolescente. Durante depoimento, ela permaneceu calada, ao lado de um defensor público, mas, informalmente, afirmou que agrediu a professora após ter sido insultada por ela, afirmou o delegado.
A diretora, a vice-diretora e duas professoras da escola também prestaram depoimento à polícia na tarde de ontem. Segundo o delegado, a adolescente pode ser responsabilizada pelo crime de lesão corporal e não está descartada a hipótese de que ela seja levada à Vara da Infância e da Juventude por tentativa de homicídio.
Ainda de acordo com o delegado, a jovem foi encaminhada ao Ministério Público, mas a assessoria do órgão disse que ainda não tem informações sobre o caso.
Procurada pela Folha Online, a Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul afirmou que foi aberta uma sindicância. As aulas na escola acontecem normalmente nesta terça-feira e uma professora substituta deve ocupar o lugar de Gláucia durante a internação.

(Fonte: Jornal Folha de São Paulo On Line: http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u539633.shtml)


Estudante é assassinado dentro de sala de aula em Salvador

(Publicado em 24.03.2009, às 17h14)

Um estudante de 18 anos foi morto a tiros dentro de uma sala de aula na noite desta segunda-feira (23) em Salvador (BA). Segundo a polícia, um outro rapaz ficou ferido.Cinco homens armados teriam entrado na Escola Estadual Filadélfia, durante o intervalo entre as aulas, por volta das 21h. Eles renderam os porteiros e invadiram a escola.Dois deles seguiram até a sala de aula onde estava o aluno e efetuaram vários disparos. O jovem de 18 anos morreu na hora e o outro ferido foi levado ao Hospital Geral do Estado. Ele já recebeu alta e passa bem.Pelo menos vinte alunos estavam na sala na hora do crime. As aulas foram suspensas nesta terça-feira. A polícia investiga se o estudante morto teria envolvimento com o tráfico de drogas.

(Fonte: Folha On Line http://jc.uol.com.br/canal/cotidiano/nacional/noticia/2009/03/24/estudante-e-assassinado-dentro-de-sala-de-aula-em-salvador-182700.php)

segunda-feira, 23 de março de 2009

Livros


"Proposta Educacional, algumas considerações sobre a educação do século XXI". Daisaku Ikeda, 2001. São Paulo, Editora Brasil Seikyo, 2006

Sempre sob a ótica humanista, o Dr. Daisaku Ikeda, presidente da ONG Soka Gakkai Internacional, trata neste livro de temas como a fuga do aprendizado, necessidades fundamentais para a educação atual, dentre outros.
O enfoque é no sistema educacional japonês, país de origem do autor, porém as sugestões e reflexões servem para abrir caminhos na área educacional de todas as nacionalidades.
"Educação para uma vida criativa", Tsunessaburo Makiguti.

Iniciativas e projetos

Projeto Makiguti em Ação

Cerca de 235 escolas da rede pública estadual e municipal do país participam do revolucionário modelo pedagógico que defende a felicidade integral da criança. É uma prática pedagógica voltada para despertar e resgatar potenciais e habilidades dos educadores, para que possam desenvolver uma educação humanística e de criação de valores.
O projeto tem como base as propostas que norteiam a Soka Gakkai Internacional (SGI) e a Teoria de Criação de Valoresde Tsunessaburo Makiguti, encontrada em seu livro Educação para uma Vida Criativa. Nesta obra, Makiguti revela a necessidade de o aluno sentir-se feliz na escola e defende que a educação não é uma simples transmissão de conhecimento, mas deve ter o propósito de desenvolver o ilimitado potencial e talento, bem como cultivar o caráter das crianças.
A metodologia envolve escola, lar e sociedade no compromisso pela felicidade da criança. A proposta é que a sala de aula seja um local em que brote uma ação criativa de professores e alunos envolvidos num clima de alegria e gosto pela aprendizagem. Para isso são desenvolvidas palestras e atividades com os professores, que são reproduzidas em sala de aula. A capacitação dos professores pela equipe ocorre no horário pedagógico, com duração de duas horas, uma vez por mês na própria escola.
Trabalhos dos alunos
Os alunos têm a chance de vivenciar experiências nas áreas de meio ambiente, artes cênicas e outras atividades lúdicas. O educador também recebe estímulo para superar as dificuldades e elevar sua auto-estima no dia-a-dia, já que é visto como um ser humano, construtor de si mesmo e de sua história, e com papel fundamental no processo da educação criativa.
Aos pais estão reservadas palestras, convívios e oficinas diversas, integrando-os na proposta educacional do projeto. A equipe é formada por profissionais, técnicos e especialistas de várias áreas da educação, que transmitem seus conhecimentos sem vínculo político, religioso e financeiro.
(Fonte: http://www.bsgi.org.br/)



Educadores da Soka Gakkai organizam fórum sobre educação humanística

Em 7 de outubro, o Departamento Educacional da Soka Gakkai realizou o seu “30º Fórum Nacional sobre a Aplicações Práticas da Educação Humanística” no Sapporo Convention Center, em Sapporo, no Japão. Aproximadamente 2.300 educadores e personalidades-chave no campo da educação de todo o país estiveram presentes no encontro intitulado “Criando uma Sociedade em Prol da Educação – Estimulando Nossos Tesouros do Futuro com Coragem e Amor”, no qual educadores da Soka Gakkai expuseram seus esforços para praticar a educação humanista na sala de aula.
O presidente da SGI, Daisaku Ikeda, enviou uma mensagem solidarizando-se com os presentes em sua desafiadora tarefa de educar e cuidar das crianças, que são únicas em seu caráter e personalidade. Ele também louvou os educadores pelos seus incansáveis esforços, observando que a existência de um único professor sério e sincero que seja é como um sol de esperança que pode ajudar a romper qualquer impasse na comunicação com os alunos.
Quatro representantes deram depoimento sobre os sucessos obtidos na sala de aula apesar das inúmeras dificuldades que enfrentam como educadores. Masashi Ichikawa, professor do ensino fundamental II de Saitama, contou como lidou com a ocorrência de Bullying em sua classe. Kenichi Hisayama, professor do ensino médio em Okinawa, relatou como colocou em foco a educação para a paz e conseguiu transmitir aos seus alunos o valor da vida e a importância de se prezar a vida, e ajudou-os a superar o impulso para a violência.
Kazuyo Sakota, professora do ensino fundamental I da província de Hyogo, falou sobre o apoio que ofereceu aos seus alunos na criação de uma orquestra que acabou representando a cidade no Concurso de Orquestras Escolares do Oeste do Japão. Koji Shiomi, professor do ensino médio de Hokkaido, discorreu sobre o currículo prático que elaborou para duas escolas onde leciona, situadas nas ilhas de Teuri e Okushiri, na costa de Hokkaido. Ele salientou o quanto é importante o educador acreditar e confiar em seus alunos com o desejo sincero de ajudá-los a cultivar o seu potencial.O Grupo de Educadores de Hokkaido apresentaram dados sobre uma pesquisa que realizaram. Em seguida, o coral infantil Twinkling Stars de Sapporo cantou e o professor Katsuhiko Sato, coordenador de Estudos Culturais da Universidade de Sapporo, enalteceu os esforços dos educadores da Soka Gakkai pela abordagem prática da educação na sala de aula com base no diálogo e compreensão.

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O Desafio de ser Educador Humanista
A Coordenadoria Educacional da Brasil Soka Gakkai Internacional, por meio do DEPEDUC – Departamento de Pesquisas e Desenvolvimento das Ciências da Educação, realiza diversas palestras de conscientização para educadores desenvolverem suas capacidades humanistas.
Clique aqui para visualizar as apresentações das palestras.
(Fonte: http://www.bsgi.org.br/)

Alguns filmes relacionados

"Meu mestre, minha vida" - Lean On Me- Eua- 1989, com Morgan Freeman.

"Escritores da Liberdade" - Freedom Writers - Eua, 2007, com Hilary Swank.
Link com algumas cenas: http://www.youtube.com/watch?v=R8BKZ4QDWH4

"Entre os Muros da Escola" - Entre les murs - Fra, 2008 (em cartaz atualmente).

Sobre as componentes do blog


Cíntia, Eidde e Laine (da direita para a esquerda), são alunas do 2º período do curso noturno de Letras no Centro Universitário UNI BH e desenvolveram este blog para uma atividade da disciplina de Leitura e Produção de Texto II, ministrada pelo professor Hércules Tolêdo.

Sobre o blog

Este blog tem como objetivo levantar um debate, sendo de interesse principalmente dos alunos dos cursos de licenciatura, os quais estarão na linha de frente com a difícil realidade da violência dentro da escola. Seja de professor para aluno ou aluno para aluno, veremos que os fatores que levam ao comportamento agressivo dos alunos dentro de sala, não são movidos simplesmente por desinteresse ou autoritarismo por parte dos mestres. E sim, podemos dizer se tratar de uma bagagem e formação mais profunda, como a má referência ou falta de acompanhamento/incentivo por parte dos pais por exemplo. Ainda pode-se dizer, que na escola os alunos tendem a sentir-se "livres" de certas amarras da sociedade e da família e ainda que, estão tentando se adaptar ou serem aceitos por um novo grupo social.
Acompanham: dados, vídeos e levantamentos.
Deixem-nos seus comentários.
Eidde

terça-feira, 17 de março de 2009

Links de vídeos sobre o assunto

http://www.youtube.com/watch?v=6BoWqX9H_RY

http://www.youtube.com/watch?v=mGbmqdGeokM

http://www.youtube.com/watch?v=V2OwmWstSHU

Possíveis caminhos na prevenção e combate à violência escolar


A violência nas escolas, não começa dentro da sala de aula ou no pátio, corredores...
Ela começa dentro de casa, quando a criança não têm referência positiva, ou carece de afetividade e cultivo de sua consciência de cidadão. este tipo de educação, somente a família pode oferecer. À família também cabe acompanhar a criança em suas dificuldades pedagógicas e humanas e procurar ao máximo, participar da vida escolar em reuniões, encontros, ou qualquer oportunidade que possa aproximar os pais do local da escola.

À escola por outro lado, também pode ser responsabilizada por boa parte de influência no comportamento agressivo de seus alunos, pela constante troca de professores, excesso de formalização nas relações e carência de exposições lúdicas e agradáveis dos conteúdos, que muitas vezes tendem a estar muito distantes da realidade que os alunos trazem como bagagem para casa. Cabe á escola também detectivar proativamente os sintomas destas situações e agir em união com outros profissionais, assim como com a família e claro, com os alunos.

Desta forma, a violência dentro do ambiente escolar, uma das muitas vertentes dos tipos de violências que vivenciamos em nossa sociedade atual, precisa ser prevenida com cooperativismo entre os núcleos escola, comunidade e família.
Não há como solucionar este problema de forma instantânea e nem trabalhando solitariamente e sim deve-se fornecer à população modelos de conduta adequados ao desenvolvimento afetivo, intelectual e moral.

(Fonte: texto próprio e http://br.monografias.com/trabalhos/violencia-nas-escolas/violencia-nas-escolas.shtml#INTRO)

Tipos de agressões e desacatos

(Fotos: acima chacina com 15 vítimas, ocorrida em Março de 2009, dentro de uma escola na Alemanha e abaixo tiroteio entre alunos na porta de uma escola no Brasil: a violência escolar é um fator preocupante no mundo todo. Seja em escolas públicas, privadas de primeiro ou terceiro mundo.)

A violência contra o professor já faz parte da rotina das escolas públicas. O fato novo é que os pais resolveram subir “no ringue”, pois segundo pesquisa do Sindicato dos Professores de São Paulo, (Apeoesp), em 25% dos casos de agressões verbais e físicas, são praticadas por parentes dos estudantes. Durante o congresso de educação de São Paulo, do dia 25/06/2007, é que se pôde perceber a extensão da gravidade do problema, foi dado aos professores um questionário sobre violência. O resultado mostrou que 87% afirmaram a presença de algum ato de violência. A maioria das agressões (93%), partiu dos alunos mas a porcentagem de 25% referente aos pais é que chamou mais atenção.
•No relato da professora A.M., 50 anos depois depois de 22 anos de magistério, foi espancada pela mãe de um aluno de 10 anos numa escola do interior de São Paulo. A professora conta que tentou várias vezes marcar uma reunião com os responsáveis pelo menino, sem sucesso. Depois de muitos dias, numa 2ª feira, a mãe apareceu sem avisar, e sem dar chance à professora de explicar o motivo do chamado.
•“Fui recebida aos gritos. A mãe dele me jogou no chão, me deu tapas no rosto, arrancou meus cabelos”, lembrou, sem conter as lágrimas. Foi feito um boletim de ocorrência e a professora passou por um exame de corpo delito. “Os hematomas estão sumindo, mas a cicatriz na alma vou carregar para o resto da vida.
•Outros professores de bairros da capital tem histórias parecidas para contar. “Não precisa ser um tapa ou um soco para intimidar só com as palavras eles conseguem machucar”.
•O principal impacto da violência nas escolas contra professores, funcionários e direção é que a criança ou o adolescente acaba como um multiplicador das agressões.
•A escola é do povo e para o povo. Deveria haver uma campanha publicitária visando a conscientização de que educação é investimento para a VIDA.
•A omissão e a ausência dos pais na educação dos filhos aparece como um dos fatores responsáveis pelo aumento da indisciplina. A falta de uma política salarial para o magistério, falhas no sistema educacional do Estado.
•Os pais precisam assumir seus filhos, assim como a comunidade deve “assumir” a Escola, e a sociedade, a Educação.
•Porcentagem de escolas que tiveram problemas com violências mais preocupantes:
•Brigas internas (envolvendo apenas alunos) = 78%. Desacato / agressões verbais a professores ou direção= 73%. Desacato / agressões verbais a funcionários= 57%. Tráfico e consumo de drogas nas imediações= 44%. Uso de armas por aluno= 13%.

Mais causas

Causalidade da violência em escolas

As formas de significação da violência na escola foram levantadas por questões como: Há indícios de tentativa de negação da violência pela escola? Qual a natureza dos atos de violência relatados e quais os atores envolvidos?
O intuito é investigar se há violência nas escolas públicas e privadas pesquisadas e se no relato dos casos de violência é possível perceber uma tendência por parte das escolas em negá-los.
De acordo com a pesquisa de Waiselfisz (2004), em 2002, o Brasil tinha 35 milhões de jovens. Destes, 7 milhões não trabalhavam, nem estudavam. Para a Unesco, a violência no país está diretamente relacionada à falta de perspectiva desses jovens.
Em muitos casos a violência é produzida pela própria instituição, porém ela não é assumida. Acontecem na escola, atos de discriminação, preconceito, exclusão ou violência simbólica. Sob o termo violência escolar, é possível identificar fenômenos heterogêneos, que vão desde atos reconhecidos como crime ou delito, até atentados cotidianos ao direito de cada um, ao direito de ser respeitado, passando pelo clima de insegurança.
A escola deixou de ser um espaço seguro e protegido para fazer parte do cenário de violências cotidianas. Além da violência física, há a violência psicológica que está presente também em outros espaços sociais, como o ambiente familiar e que, segundo Itani (1996) está relacionada ao abuso de poder disciplinador, ao tratamento abusivo das relações interpessoais, à depreciação da criança perante adultos, à violação de direitos.
As formas de manifestação da violência na escola sejam elas físicas, psicológicas ou de outra natureza, chamam a atenção dos pesquisadores, que enunciam que a violência nas escolas aparece atrelada tanto a fatores internos quanto externos às unidades escolares. Quantos aos externos, consideram que os socioeconômicos parecem preponderantes. “É comum se condicionar a violência na escola a um agravamento da crise e da exclusão social, as quais são sentidas mais intensamente nas classes baixas que estudam na escola pública”. Quanto aos fatores internos, observa-se que na escola, a violência poderia estar vinculada a certas deficiências na relação entre os diversos atuantes do ambiente escolar. Também sugerem que há, dentre outros problemas, um distanciamento entre os conteúdos curriculares e a vida cotidiana, não despertando interesse e, consequentemente, causando insatisfação dos mesmos. Raramente a violência é enxergada como sendo inerente ao contexto escolar, ou produzida por ele.
Alguns autores têm chamado a atenção também à violência velada, simbólica. Esta acontece de maneira sutil e é tão destruidora quanto as demais. Porém costuma ser negada ou negligenciada no ambiente escolar. Muitas escolas citam a família e os próprios alunos como sendo os principais responsáveis pela ocorrência de atos violentos na escola. Mais uma vez, a escola se exime de suas responsabilidades, colocando a culpa no outro, nos fatores externos, cujo controle não cabe à escola. As punições, inclusive, recaem sempre no aluno e em sua família que tem que comparecer a unidade de ensino para responder pelo ato praticado e atestar, junto à escola, a punição mais adequada.

Conclusão
A família é apontada por muitos como sendo responsável pela violência que se espalha na escola, sendo os fatores externos considerados em primeiro lugar. Dificilmente a escola se coloca como responsável por essas ocorrências e as intervenções propostas por ela não apontam em direção a uma compreensão da violência em que haja harmonia na convivência escolar. É necessário pesquisar e entender a fundo as reais causas da violência na escola e no intuito de propor estratégias de enfrentamento desse problema de maneira a priorizar o bem estar dos atores envolvidos na dinâmica escolar, bem como o reconhecimento de que esta é uma tarefa de todos nós.


(Fonte: http://www.catedra.ucb.br/sites/100/122/00000043.pdf)

Dados sobre este tipo de violência

"Um estudo realizado em 2001 por Margarida Matos e Susana Carvalhosa baseado em inquéritos a 6903 alunos de escolas escolhidas aleatoriamente, com as idades médias de 11, 13 e 16 anos, analisaram a violência na escola entre vítimas, provocadores (incitação na forma de insulto ou gozo de um aluno mais velho e mais forte do que o outro) e outros (similarmente vítimas e provocadores) demonstram os seguintes dados bastante curiosos:
Mais de metade dos alunos inqueridos são do sexo feminino (53.0%);
25.7% dos jovens afirmaram terem estado envolvidos em comportamentos de violência, tanto como vitimas, provocadores ou duplamente envolvidos;
As vítimas de violência são maioritariamente masculinas (58.0%);
Os inqueridos que se envolveram em comportamentos de violência em todas as suas formas situavam-se nos 13 anos de idade;
Os jovens provocadores de violência são aqueles que têm hábitos de consumo de tabaco, álcool e mesmo de embriaguez. Também são os que experimentaram e consumiram drogas no mês anterior à realização do inquérito;
Quanto às lutas, nos últimos meses anteriores ao inquérito, 19.08% dos jovens envolveram-se em comportamentos violentos;
Os vitimados pela violência, são os que andam com armas (navalha ou pistola) com o intuito da sua própria defesa;
Os adolescentes que vêem televisão quatro horas ou mais por dia são os que estão mais frequentemente envolvidos em actos de violência;
As vítimas e os agentes de violência não gostam de ir à escola, acham aborrecido ter que a frequentar e não se sentem seguros no espaço escolar;
Para os actores de violência a comunicação com as figuras parentais é difícil;
16.05% das vítimas vive em famílias monoparentais e 10.9% dos provocadores vive com famílias reconstruídas;
Quanto aos professores, os alunos sujeitos e alvos de violência consideram que estes não os encorajam a expressar os seus pontos de vista, não os tratam com justiça, não os ajudam quando eles precisam e não se interessam por eles enquanto pessoas;
Em relação ao relacionamento entre grupo de pares, estes adolescentes referem a pouca simpatia e préstimo e não-aceitação por parte dos colegas de turma, a dificuldade em obter novas amizades, ausência quase total de amigos íntimos.
Este estudo vem reforçar a relevância dos contextos sociais dos jovens, aparecendo bem focados como factores desencadeadores de comportamentos violentos a desagregação familiar, a pouca ou inexistente atracção pela escola, o grupo de amigos aliados à posse de armas, consumo de estupefacientes, álcool e tabaco e visionamento excessivo de televisão.
Os comportamentos violentos na escola têm uma intencionalidade lesiva. Podem ser exógenos, ou seja, determinados de fora para dentro, como acontece nos bairros degradados invadidos pela miséria e pela toxicodependência, onde agentes estranhos ao meio o invadem e destroem; pode tratar-se de violência contra a escola, em que alunos problema assumem um verdadeiro desafio à ordem e à hierarquia escolares, destruindo material e impondo um clima de desrespeito permanente; ou são simplesmente comportamentos violentos na escola, que ocorrem sobretudo quando esta não organiza ambientes suficientemente tranquilos para a construção de valores característicos a este local. A violência pode ser desencadeada fruto de muitas situações de indisciplina que não foram resolvidas e que constituem a origem de um comportamento mais agressivo."


(Fonte: http://br.monografias.com/trabalhos/violencia-nas-escolas/violencia-nas-escolas.shtml#INTRO)

Introdução

A violência protagonizada pelos jovens nas escolas é uma realidade inegável. A sociedade terá que se organizar para medidas de prevenção e combate a este fator. A escola também terá que ajustar os seus conteúdos e se tornar mais próxima das crianças, muito mais humanamente do que por repreeensão ou correção. Devido às exigências, as famílias muitas vezes destituem-se da sua função educativa, delegando-a à escola. No meio de toda esta confusão, estão as crianças, que, agem conforme aquilo que observam e têm para si como referência no meio em que vivem. Meio esse que por vezes oferece modelos de conduta e referências não positivas ou totalmente inadequadas.

A sociedade mundial tem sido um pouco indiferente relativamente aos seres que são socialmente frágeis e que muitas vezes adotam condutas violentas como forma de proteção e/ ou imitação.
A violência nas escolas não é um fenômeno novo. Mas têm assumido proporções que a escola não sabe que medidas tomar para sanar.


(Fonte: http://br.monografias.com/trabalhos/violencia-nas-escolas/violencia-nas-escolas.shtml#INTRO)